Imperador Dom Pedro II: 120 anos de falecimento
O ano de 2011, mesmo em seus últimos dias, continua sendo extremamente simbólico para todos os brasileiros, sobretudo para aqueles que compartilham dos ideais monárquicos. 2011 foi marcado por grandes ocorrências, como os 90 anos de falecimento da Princesa Redentora Dona Isabel, que também teve seu pedido de beatificação entregue a Arquidiocese do Rio de Janeiro, e os 120 anos de falecimento do maior estadista de todas as Américas, o grande Imperador Dom Pedro II, aquele que saudosamente deve ser lembrado no dia de hoje.
Dom Pedro II, após ter servido o Brasil por 58 anos, dos quais 10 através de Regência e 48 de forma efetiva, o maior dos Brasileiros, faleceu modestamente, em 5 de dezembro de 1891, num hotel parisiense. Acometido de grave doença pulmonar, Dom Pedro II morreu ainda jovem para os padrões atuais. Contava com 66 anos e aparência de muito mais velho. Suas responsabilidades, as preocupações, a vida pública havia lhe imposto tal aparência. Carregava em sua face o Brasil.
Na madrugada daquele dia 5 de dezembro, em seu quarto do Hotel Bedford, acompanhavam o grande Imperador, Dona Isabel e o Conde D’Eu, com os Príncipes Dom Pedro de Alcântara, Dom Luiz, Dom Antonio, Dom Pedro Augusto e Dom Augusto, além de inúmeros brasileiros que moravam em Paris ou que para lá foram seguindo-o no exílio, quando num suspiro final disse a todos: “Deus que me conceda esses últimos desejos – paz e prosperidade para o Brasil…” Falecendo em seguida. Em seu leito de morte, conforme desejo expresso, desejava repousar sua cabeça em terras brasileiras (vindas de todas as províncias de seu país). Foi posto em uniforme de Chefe das Formas Armadas do Brasil, com as medalhas e fitas das quais era dignitário, segurando o crucifixo em prata de lei, enviado pelo Papa Leão XIII. O foi corpo foi colocado finalmente em três caixões, o primeiro de chumbo forrado em cetim embranquecido, com tampa em cristal; o segundo, de nobre carvalho envernizado e, por último, o de carvalho forrado de veludo negro.
Em Paris, as honras de Chefe de Estado ao Imperador Dom Pedro II |
Como última homenagem formal, o governo francês do Presidente Sadi Carnot, resolveu oferecer a Dom Pedro II um funeral de Chefe de Estado. Era, pois, admirado em todo o mundo, e somente no dia 5 de dezembro havia chegado ao Hotel Bedford mais de 2 mil telegramas prestando as condolências à Família Imperial. O governo brasileiro, dos republicanos golpistas, tentou, em vão, impedir que a França fizesse o funeral do Imperador como Chefe de Estado, rogando para que a bandeira Imperial não fosse hastada e que os símbolos antigos não fossem respeitados. De nada adiantou o governo francês prestou honras grandiosas a Dom Pedro II e a sua Família. Representantes de quase todos os países do mundo (inclusive China, Japão e Pérsia) foram enviados para os funerais em Paris. Recebeu mais de 200 coroas de flores e honras de mais de 80 mil militares franceses. Cerca de 300 mil pessoas acompanharam o cortejo nas ruas parisienses. O governo do Brasil não esteve representado.
A chegada do esquife do Imperador em Portugal para ser sepultado no panteão dos Bragança, em São Vicente de Fora |
Dom Pedro II, em seu leito de morte, mantendo sua dignidade majestática, desejou ao Brasil, paz e prosperidade. Um exemplo de homem público, de Chefe de Estado e de governo, de caráter, de ética, de honradez, de lisura absoluta e, principalmente, de amor e de respeito por sua Pátria. Dom Pedro II não era um político, não representava um partido, não queria contar ganhos e façanhas. Dom Pedro II era sim o Brasil, seu povo, sua identidade, a Pátria amada. E mesmo depois da morte, como ele certa vez muito bem escreveu: “entre visões de paz, de luz, de glória, sereno aguardarei no meu jazigo, a justiça de Deus na voz da História!”
Em sua morada final na Catedral de São Pedro de Alcântara, em Petrópolis, o Imperador jaz ao lado
da Imperatriz Dona Teresa Cristina, da filha e Herdeira e do genro, bem como do neto e esposa
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