"Jornal da Cultura" fala sobre a abdicação do Rei Juan Carlos I da Espanha
Sobre a abdicação do Rei Juan Carlos I a
Coroa da Espanha, o tendencioso “Jornal da Cultura”, financiado pelo governo
federal, fez curiosa reportagem sensacionalista como tentativa de desqualificar
o sistema monárquico de governo. Na abertura da matéria, a jornalista Luiza
Moraes afirma que grande número da população espanhola é a favor de um referendo
sobre a forma de governo, esquecendo-se de que mais de 85% da população daquele
país se demostrou a favor do regime Monárquico recentemente. A repórter evidencia
ao máximo a crise econômica na Espanha, atribuindo a abdicação de Sua Majestade
a este fator, esquecendo-se mais uma vez de que toda a Europa e, inclusive o republicano
Estados Unidos, emergiram numa crise ainda mais grave. Pior ainda, ignora o
caso do Brasil, como se somente as Monarquias estivessem suscetíveis a crises.
Apresenta a monarquia como se fosse algo distante da realidade e acrescenta que
apenas 23% dos países do mundo são monarquias e que, nos países onde este
sistema vigora, os “Príncipes e Princesas ditam moda e comportamento”,
completando mesquinhamente que a “Casa Real Inglesa fecha todos os anos no
vermelho”. A desinformação é tamanha, que a jornalista também esquece que o
Reino Unido é uma potência econômica e referência no IDH justamente por ser uma
Monarquia forte e estável, tentando, de má fé, associar supostos gastos e
futilidades ao sistema. Erroneamente coloca o déficit nas contas públicas,
quando se sabe que a Rainha Elisabeth II cobre, com sua renda pessoal, muitos
dos gastos públicos, como viagens de Estado e até mesmo o prestigioso jubileu
de diamante.
A matéria refere que a monarquia mais antiga
do mundo e mantida em Mônaco (com 800 anos de História), quando na verdade o
sistema monárquico no Japão, na Dinamarca e na Inglaterra já ultrapassam 1.000
anos.
Mesmo com a explicação da professora Ana
Paula Torres Megiani, da Universidade de São Paulo, a jornalista ignora a fundamental
separação entre a Chefia de Estado e de Governo.
Entrevistado Dom Bertrand de Orleans e
Bragança, Príncipe Imperial do Brasil, S.A.I.R., afirmou que "o único regime de
garante a unidade, a estabilidade e a continuidade de uma nação. Ninguém sabe o
que será o Brasil em 2015!" Cortando, maliciosamente, na edição final, a parte
em que o Príncipe conclui sua fala sobre a superioridade da Monarquia.
O Historiador Marco Antonio Villa, cometendo
alguns erros, refere qua a Monarquia na Espanha é recente, esquecendo-se também
que a tradição da Espanha é monarquista, visto que desde a união por casamento
dos Reis Católicos (ainda no século XV), o Reino da Espanha assumiu esta forma
de governo, sendo exceção apenas o período de 1873/74 e de 1932 a 1975, com
repúblicas e ditaduras fracassadas, as quais os espanhóis rejeitaram de forma veemente,
restituindo a Monarquia.
Para chocar ainda mais o telespectador, o politico
Airton Soares, ex-deputado federal – líder da bancada do PT, numa demonstração
clara de sua ignorância e despreparo, repete desesperadamente que é necessário “destacar
este movimento que surgiu lá [Espanha] por um plebiscito pra discutir se o regime
continua sendo uma monarquia constitucional ou se volta a ser, como foi por um período,
república. Acho que este é um movimento que nós devemos prestar bastante
atenção”. Ora, o ex-deputado deve achar importante este movimento que quer
referendar a monarquia constitucional e parlamentar, pois deve achar muito mais
interessante um governo republicano, como o brasileiro, onde o presidente é
chefe de Estado e de Governo, tendo poderes absolutos, governando com medidas
provisórias, na pseudodemocracia do Brasil. Sem nenhum argumento, tenta também
desqualificar a Monarquia, ignorando o terrível histórico das repúblicas na
Espanha. O desinformado ex-deputado petista, Airton Soares, por sua
desinformação, é vítima do sistema de governo que defende: a república.
Numa tentativa de prejudicar a imagem da Monarquia
espanhola, outra matéria traz um perfil detalhado da Princesa Dona Letícia da
Espanha, expondo sua vida pregressa, acusando-a de conferir hábitos de vida de
classe média ao marido e filhos, e mais uma vez o ex-deputado Alceu
Soares, muito entusiasmado, demostrando sua veia de revoltoso/comunista, afirma:
“taí uma Rainha diferente, [riso],
vale 'a pena' observá-la. E o que ela já fez é muito importante pra essa questão
de realeza”.
O Jornal da Cultura demostrou que não é capaz
de fazer um jornalismo isento, imparcial. Que jornalismo é esse que impede que o
expectador faça seu juízo a respeito da notícia que ouve? Que jornalismo é esse que
serve a interesses escusos? Que conduta ética é esta? É a mesma dos políticos descomprometidos,
desinformados e ignorantes.
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