Dom José Palmeiro Mendes visita Dreux e Eu
Na França, Dom José Palmeiro
Mendes é recebido pelo Herdeiro do Trono, celebra Missa em sufrágio da alma dos
Príncipes Brasileiros sepultados em Dreux e visita o Castelo d’Eu, último
abrigo da Princesa Dona Isabel, a Redentora.
O Brasão do Império Brasileiro entrelaçado com o brasão da França, encimado pela Coroa Imperial do Brasil, pelo casamento da Princesa Dona Isabel com o o Príncipe Gaston d'Orléans, Conde d'Eu
Existem dois locais na França
particularmente ligados ao Brasil Imperial, que bem merecem ser descobertos e
valorizados pelos brasileiros que visitam aquele país. São eles a Capela Real
de Dreux e o Castelo d´Eu. Dreux é uma localidade bem próxima a Paris, havendo
trens em vários horários, enquanto Eu, na Normandia, é um pouco mais distante,
mas mesmo assim, se o visitante usa um automóvel ou ônibus de turismo especial,
pode ir e voltar a Paris no mesmo dia.
Em Dreux está localizada a
Capela Real, onde está sepultado Luis Filipe I, Rei dos Franceses, e muitos de
seus descendentes. Ali, também foram sepultados a Princesa Dona Isabel, a
Redentora, em 1921, o seu marido, o Conde d´Eu, no ano seguinte, permanecendo
em simples, mas expressivos jazigos, até 1953, quando seus corpos foram trasladados
para o Brasil. Mas na Capela Real de Dreux estão sepultados até hoje, outros
membros da Família Imperial Brasileira: dois filhos de Dona Isabel, o Príncipe
Imperial Dom Luiz (+ 1920), com sua esposa Dona Maria Pia (+ 1973) e o Príncipe
Dom Antonio (+ 1918). Ali repousa igualmente, o jovem Príncipe Dom Luiz Gastão
(+ 1931), filho mais moço de D. Luiz e irmão do Príncipe Dom Pedro Henrique,
Chefe da Família Imperial Brasileira, de 1921 a 1981. Devem, enfim, ser
mencionadas duas princesas brasileiras, que casaram com príncipes de Orléans:
Dona Francisca (+ 1898), casada com o Príncipe Francisco de Orléans, Príncipe
de Joinville e filho do Rei Luiz Filipe I, e Dona Isabel (+ 2003), esposa do
Conde de Paris, Henrique VI de Orléans, Chefe da Família Real da França.
A Capela Real de Dreux
O interior da capela
A claraboia da cúpula central
O Rei Luiz Filipe e a Rainha Maria Amélia
O túmulo do Príncipe Dom Luiz de Orleans e Bragança, Príncipe Imperial do Brasil, cognominado Príncipe Perfeito, em Dreux
O túmulo do Príncipe Dom Antonio, filho da Princesa Dona Isabel, falecido durante combate da I Guerra Mundial
Túmulo do Príncipe Dom Luiz Gastão, filho do Príncipe Perfeito e da Princesa Dona Maria Pia
A bela arte tumular representa o pequeno Duque de Chartres em sua sepultura
Os vários túmulos de Dreux
Dom José Palmeiro Mendes,
Abade emérito do Mosteiro de São Bento do Rio de Janeiro e muito ligado à
Família Imperial, passando recentemente por Paris, foi até Dreux na manhã do
dia 20 de maio passado. Foi recebido muito cordialmente, em sua residência junto à Capela Real, pelos Duques de Vendôme,
Príncipe Jean de França e por sua esposa, a Princesa Philomena, que são os
Delfins de França, sendo o Príncipe Jean Herdeiro do Trono e futuro sucessor do atual Conde de Paris.
Recepcionou também o abade beneditino brasileiro, a irmã da Princesa Philomena,
Margarita de Tornos y Steinhart.
Tendo, ao meio-dia,
terminado a visitação pública da Capela, Dom Abade José celebrou missa na
Capela Real na intenção dos Príncipes e Princesas brasileiros ali sepultados.
Participaram da celebração o Príncipe Jean, a Princesa e sua irmã. Estiveram
também presentes na Capela os três pequenos Príncipes, filhos do Príncipe Jean:
Gaston (5 anos), Antoinette (3 anos) e Louise Marguerite (9 meses). Após a
missa, Dom José almoçou com os Príncipes em sua residência. Durante a visita,
foi lembrada a presença do Duque de Vendôme no Rio de Janeiro, em outubro de
2009, para o casamento da Princesa Dona Isabel de Orleans e Bragança com o
Conde Alexander de Stolberg-Stolberg. Conversaram também a respeito de um
eventual processo de beatificação da Princesa Isabel, que é trisavó do Duque de
Vendôme, Dom Abade José manifestou seu o interessado em descobrir documentos –
sobretudo cartas da Princesa ou sobre ela – nos Arquivos da Família Real
Francesa.
M. o Duque de Vendôme - Príncipe Jean d'Orléans, a Princesinha Antoinette, S.E.R., Dom José Palmeiro Mendes, o Príncipe Gaston, Mm. a Duquesa de Vendôme - Princesa Philomena, com a Princesinha Louise Marguerite e a Srta, Margarita de Tornos y Steinhart
Imagem: Blog Monarquia Já
No dia seguinte, o abade
brasileiro foi ao Castelo d’Eu, na Normandia, tão ligado à Princesa Isabel e ao
Conde d´Eu. A Família Imperial Brasileira lá viveu boa parte dos anos do
exílio. Nele a Redentora morreu. Trata-se de uma imponente construção, iniciada
em 1578 e concluída em 1665 pela Grande Mademoiselle, prima do Rei Luis XIV. No
século XIX, tornou-se residência do Rei Luis Filipe, que lá recebeu por duas
vezes a Rainha Vitória da Inglaterra. Uma grande parte de suas salas permanece
no estado de decoração deixado pelo célebre arquiteto Viollet le Duc, entre
1874 e 1879. Em 1902 sofreu um grande incêndio. Em 1905 foi comprado do primo,
Duque de Orleans, pelo Conde d´Eu, instalando-se então ali a Família Imperial
Brasileira, no exílio desde 1889. A Princesa Isabel e sua família passavam uma
parte do ano ali, e a outra num palacete em Boulogne-sur-Seine, no arredores de
Paris. Depois da morte dos Condes d´Eu em 1921 e 1922, instalou-se no Castelo o
filho mais velho, Dom Pedro de Alcântara, com sua família. Após múltiplas
peripécias, a cidadezinha de Eu comprou o Castelo em 1964 e ali instalou a sua
Prefeitura e o Museu Luis Filipe. Em vários cômodos e ambientes, o Castelo
conserva lembranças, como fotos, quadros e outros objetos, que pertenceram a
Família Imperial Brasileira, Destaca-se uma berlinda, do Rei Dom João V de
Portugal, levada para o Rio de Janeiro e depois transferida para o Castelo d´Eu
com muitos objetos brasileiros de D. Pedro II e de D. Isabel. Na biblioteca há
muitos livros, que merecem serem analisados para saber quais eram parte do
acervo do tempo da Princesa e do Conde d´Eu.
O castelo d'Eu
o Conde d'Eu e a Princesa Isabel com os filhos, noras e netos no castelo d'Eu. entre os avôs, o Príncipe Dom Pedro Henrique de Orleans e Bragança, pai do atual Chefe da Casa Imperial do Brasil, o Príncipe Dom Luiz.
Imagem: Museu Luiz Filipe do castelo d'Eu
A primeira visita da Rainha Victória ao Rei Luiz Filipe I, no castelo d'Eu
Imagem: Museu Luiz Filipe do castelo d'Eu
A reconstrução do castelo executada pelos Orleans e Bragança em 1902
Imagem: acervo da Condessa de Paris
A berlinda que pertenceu ao Rei Dom João V de Portugal e à Família Imperial Brasileira conservada no castelo d'Eu
Imagem: Blog Monarquia Já
O Salão Preto do castelo d'Eu em imagem da época em que a Família Imperial residia no castelo. Vê-se o quadro do Imperador Dom Pedro II no Rio Grande do Sul durante a Guerra do Paraguai
Imagem: Museu Luiz Filipe do castelo d'Eu
De carro, Dom Abade José foi
gentilmente conduzido pelo ilustre cicerone Sr. François Terrade, administrador
da Associação dos Amigos do Museu Luis Filipe do Castelo d´Eu. Já, no Castelo,
foi recebido pela Sra. Marie-Christine Petit, adjunta do Prefeito da Cidade
d´Eu para assuntos relativos ao patrimônio, a cultura e acontecimentos
culturais (posteriormente o Prefeito apareceu exclusivamente para cumprimentar
o visitante brasileiro), o Sr. Alban Duparc, encarregado da conservação e
diretor do Museu Luis Filipe do Castelo d´Eu, a Sra. Yvonne de Vaucorbeil
(amiga muito próxima da Condessa de Paris), administradora da Associação dos
Amigos do Museu, e o Sr. e Sra. Demarquet, da paróquia de Saint-Michel sur
Bresle et Yerre, onde Dom Abade celebrou Missa.
Jornal Courrier Picard
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Imagem: Blog Monarquia Já
Jornal Informateur
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Imagem: Blog Monarquia Já
Jornal Paris Normand
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Imagem: Blog Monarquia Já
A presença do monge
brasileiro em Eu, interessado em informações sobre a Princesa Isabel, Condessa
d´Eu, chamou a atenção da imprensa local e vários repórteres foram ao Castelo
para entrevistá-lo, sendo necessário organizar uma coletiva de imprensa.
Notícias destacadas sobre a possibilidade de um processo de beatificação da
Princesa foram publicadas nos dias seguintes pelo “Courrier Picard”, “Paris
Normand” e “Informateur”. Dom Abade José foi também entrevistado por um canal
local de televisão.
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